quarta-feira, 11 de abril de 2012

1º Capitulo - O recomeço (Parte II)



O rapaz que acabara de entrar na sala fizera despertar em mim mil e uma recordações do passado. Tentei a todo o custo manter-me serena e aparentemente normal enquanto no meu interior se expelia por todos os cantos do meu corpo, múltiplos sentimentos destintos. O peso anormal fixou-se sobre mim, sentia o corpo mais pesado do que o normal. O Harry tinha ficado na mesma posição desde que me vira. Aqueles olhos azuis esverdeados continuavam irresistivelmente perfeitos, aliás, como todo o corpo. Fui-me perdendo lentamente em pensamentos e em como aquele ser nunca mais faria parte de mim. Sim. Fui eu que o deixei, fui eu que acabei com a nossa relação para poder ir para São Francisco. Não tinha perdão nem esperava algum tipo de carinho por parte dele.

- Não vens aqui cumprimentar a visita?! – a voz do Louis, o único que me lembrava o nome, chamou alegremente o Harry. Mas ele, ou não ouvira, ou fizera que estava surdo. Não o vi mexer nem um único músculo na minha direção nem em outra qualquer – Harry acorda! – a voz do Louis não estava a incutir qualquer tipo de manifestação no Harry. Não conseguia perceber para onde estava a olhar. Tinha a certeza que não era para mim. Conseguia sentir, em qualquer momento, quando o olhar dele se posicionava em mim. Vi o Louis a dirigir-se ao Harry, visivelmente cansando de o chamar, e a dar-lhe um pequeno encontrão para ver se regressava á Terra.

- O que é que queres? – ele voltara a olhar para mim percebendo de imediato o que o Louis queria. Estremeci novamente. Afinal tinha medo. Tinha medo da rejeição dele, da forma como ele me pudesse tratar á frente de todos. Apesar de saber que não merecia nada dele, não queria que a minha vida ficasse exposta em frente de pessoas que acabara de conhecer.

- A amiga da Nicole acabou de chegar… - afirmou Louis ao mesmo tempo que abria os braços na minha direção – é a Mia! – ele deu um ligeiro empurrão ao Harry que o fez desgarrar o chão que pisava e vir na minha direção. O meu coração reagiu de imediato, provocando uma respiração mais irregular e profunda. Os pés dele arrastavam-se pelo chão denunciando algum descontentamento continuando mesmo assim, a vir na minha direção. Quando chegou perto de mim, pelo menos o suficiente, esticou a mão dele para mim. Não pude deixar de ficar surpreendida mas ao mesmo tempo compreendia-o. O que ele queria devia ser distância de mim. Estiquei a minha mão e demos um aperto de mão muito rápido. O problema, é que pelos vistos, o Louis não ficou lá muito satisfeito – mas isso são maneiras de cumprimentar uma rapariga?! – aquela afirmação fez-me corar um pouco. Não sabia como reagir ao ter algum contacto mais físico com ele – ando eu a criar este rapaz para isto! – os restantes rapazes riram-se da afirmação do Louis, incluindo a Nicole.

O Harry acabou por dar mais uns passos em frente ficando assustadoramente perto de mim. Ele inclinou-se sobre mim e fez de conta que me cumprimentou com dois beijos. O que fez foi simplesmente encostar a face dele á minha e rapidamente voltou para a divisão da casa aonde se encontrava antes de chegar. Tive que fechar os olhos momentaneamente para ter a certeza que ele me tinha acabado de tocar. Ele voltou a provocar em mim aquele friozinho na barriga, aquele calor estranho que invade todo corpo numa ponta á outra. Aquele sentimento tinha estado adormecido dentro mim, ao contrário do que pensava, pois poderia jurar que já o tinha apagado de mim. Não queria voltar a sentir o mesmo, voltar a ficar imponente, ridícula…apaixonada.

- O que é que passa com ele?! – o rapaz de cabelo escuro tinha acabado de falar. A pergunta dele foi rapidamente respondida pelo Louis

- Coisas á Harry! – ao mesmo tempo que mexia com os ombros em sinal de despreocupação – Oh mano, o jantar já está pronto? – perguntou ao mesmo tempo que se dirigia á cozinha. O Harry deve ter respondido pois o Louis voltou para nós e fez sinal para irmos para a cozinha. O rapaz louro levantou-se depressa do sofá e a correr, foi para cozinha, seguido pelos restantes a rirem. Olhei para a Nicole e não consegui deixar de soltar uma gargalhada. Ela colocou a mão em redor do meu pescoço e fomos as duas para a cozinha também.

Assim que entramos o meu olhar encontrou o do Harry. Porque é que estava a ser tão difícil desviar a minha atenção dele, seria tão mais fácil se pudesse cortar pela raiz aquele sentimento ridículo. Um dos rapazes, cujo o nome me esquecera, indicou-me o lugar na mesa. Para grande alivio, o Harry ficava bem longe de mim. Olhei para o jantar e logo veio um cheirinho delicioso. Aquilo tinha mãos do Harry. Tinha a certeza.

A conversa foi fluindo entre mim e os restantes rapazes com a ajuda da Nicole. Contei o que me tinha acontecido nos últimos anos sempre sob o olhar atento do Harry. Ele bem tentava disfarçar que não queria saber, mas pude reparar, em certos pormenores, que estava curioso. Não me alonguei muito na minha história, até porque não há grande coisa para contar.

No final da sobremesa, ajudei a arrumar a loiça que se encontrava em cima da mesma para dentro da máquina de lavar loiça. Já há demasiado tempo que não me ria assim tanto. Não sabia se era por estar de volta, se por ter reencontrado a Nicole, ou se, mais provavelmente, ter voltado a estar no mesmo espaço que o único rapaz que mexe interiormente comigo.

No meio de tanta discussão e de tantas opiniões contraditórias, conseguiram chegar a um consenso. Decidiram ver um filme. Agora só faltava escolher que tipo de filme. Foi mais outra discussão amigável. Depois de algum tempo, decidiram-se ficar pelo filme de terror.

- A Mia não gosta de filmes de terror… - a voz do Harry ecoou pela sala fazendo todos se calarem. Um estranho contentamento apoderou-se do meu pequeno ser. Ele lembrava-se que eu não gostava de filmes de terror…ele lembrava-se de mim. As palavras dele ecoaram durante alguns segundos na minha cabeça. Eles olharam para mim e para o Harry um pouco confusos. As palavras saírem da boca dele com tamanha naturalidade que ele nem se apercebera de que as tinha prenunciado. Ia responder mas a voz do Harry interrompeu-me - …quer dizer, normalmente as raparigas não gostam deste tipo de filmes… - tentou remediar a situação

- É verdade… - afirmei depois de recuperar do pequeno choque, parecendo o mais natural possível – não gosto muito de filmes de terror. Mas estejam descansados que eu vejo-o na mesma…não há problema! – eles disseram mais alguma coisa e a Nicole também mas nem liguei. Ainda estava a fervilhar por dentro com a afirmação do Harry. A Nicole decidiu ir fazer pipocas por isso, aproveitei e fui até ao jardim da casa do Louis enquanto esperávamos pelo filme.

Abri a porta da cozinha que dava acesso ao exterior da casa, retirando os sapatos de salto alto que já me magoava. Segurei neles e saí para o lado de fora de casa. Deixei o meu corpo relaxar em cima de uma cadeira que havia por lá. O céu estava estrelado, algo pouco normal para a cidade cinzenta de Londres. Cruzei as pernas instintivamente e deixei-me cair um pouco pela cadeira.

Fui interrompida pelo barulho da porta da cozinha a abrir-se lentamente. Recompus-me na cadeira e a última pessoa que esperava que fosse ter comigo, apareceu á minha frente. O Harry fechou a porta atrás de si, nunca desviando o olhar de mim e sentou-se numa cadeira próxima da minha sem prenunciar uma única palavra. As gargalhadas e a alegria que antes predominavam nas nossas conversas deram lugar a um silêncio colossal.

Apenas se ouvia algum barulho proveniente do exterior da habitação e as nossas respirações vagarosas. Pelo meu campo de visão periférico, apesar de ter lutado contra a minha curiosidade, vislumbrei bem no canto o Harry com a cabeça apoiada nos braços e estes nas pernas. As mãos dele estavam escondidas por entre os inúmeros caracóis que tinha.  

O meu corpo movimentou-se um pouco na cadeira de modo a ficar virada para ele. Queria falar, juro que queria. Mas não havia palavras suficientes para conseguir expressar tudo o que meu coração transmitia cá para fora. As palavras não eram suficientemente poderosas para transmitir os meus sentimentos. Voltei á minha posição original. Fui despertada pelo barulho que ele começou a fazer com os pés. Batia com o pé esquerdo no chão a um ritmo irregular.       

Aquele barulho começava a irritar-me aos poucos, e a pôr-me também mais nervosa do que já estava. Ele queria dizer alguma coisa mas, por alguma razão, não o conseguia fazer. Levantei-me da cadeira. Já não conseguia estar ali nem mais um segundo. Os nervos e a ansiedade estavam a apoderar-se de mim aos poucos. Sentei-me ao pé da piscina que havia no jardim, e enfiei os pés dentro da água. Preferi estar de costas para o Harry. Não queria ter contacto visual com ele.

Passados alguns minutos de silencio, ouvi-o levantar-se da cadeira seguido do barulho da porta a abrir-se. Rodei a minha cabeça instintivamente para trás e só consegui apanha-lo já de costas a entrar na cozinha. Tentei controlar o meu coração a e enorme vontade que tinha para chorar. Nunca pensara que seria tão difícil voltar para Londres, e muito menos pensava em voltar a encontra-lo.

- Mia! – a voz tão característica da Nicole fez-me despertar dos meus pensamentos – as pipocas já estão prontas. Vamos ver o filme?

- Sim! Vamos a isso…

Levantei-me, fui buscar os sapatos que tinha deixado á beira da cadeira aonde tinha estado sentada e dirigi-me para a sala atrás da Nicole. Ela sentou-se rapidamente entre o Louis e o rapaz de cabelo escuro. E por ironia do destino, o único lugar vago era ao lado do Harry.


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wow! Muito muito muito obrigada pelos comentários! Tipo, ainda nem estou em mim de tanto contentamento...
Espero sinceramente não vos desiludir...continuem a comentar pois é muito importante para mim saber a vossa opinião!

Espero que tenham gostado do capitulo!

Mais uma vez, obrigada!

Dri




4 comentários:

  1. Lindo como sempre , espero que consigas publicar rápido o próximo ...

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  2. Lindo, esta fic promete :)
    Bjs

    P.S.- Vai aos meus blogs, onedirectionhistorias.blogspot.com e fanficsbylisa-and-onedforever.blogspot.com

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  3. 2 capítulos e já estou viciada! Adoro! Mal posso esperar pelo próximo :D

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  4. se o primeiro adorei, este amei.
    simplesmente perfeito o capitulo, adoro a maneira como escreves, transmitindo exatamente o que queres sem deixares alguma duvida.
    mal posso esperar pelo próximo, continua:)

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