quinta-feira, 13 de setembro de 2012

5# One Shot



Olá =)
Bem aqui está a a quinta One Shot que é dedicada á Raquel. Peço desculpa pela demora mas tenho tido pouco tempo para escrever.
Espero que gostem e que deixem as vossas opiniões!!

beijinhos



[Raquel]

Depois de uma manhã de treinos e de ansiedade estava de volta a casa. O meu treinador de ginástica obrigara-me a voltar para casa e descansar o resto da tarde ou então para ir espairecer e assim afastar da minha cabeça que a pouco mais de doze horas teria a principal competição daquele ano. As qualificações para os nacionais. Precisava mesmo de estar entre as cinco primeiras senão o trabalho de todo aquele ano teria sido em vão.

Preparava-me para ver um filme depois de almoço quando a campainha tocou. Não queria estar mesmo com ninguém pois queria rever todas as minhas rotinas mentalmente de forma tranquila e sozinha. Mas como insistiram novamente tive que ir ver quem é que era. Para surpresa minha, ou não, era a Eleanor, uma grande amiga minha. Ela entrou rapidamente em minha casa como se fosse dela e pegou nas minhas chaves de casa e no primeiro casaco que se encontrava pendurado atrás da porta sem dizer nenhuma palavra. Olhava-a estupefacta ao vê-la a desligar a televisão e a pegar nos meus ténis.

- Mas que… - ia começar mas ela nem sequer me deixou continuar

- Vens comigo e não quero reclamações. – afirmou rapidamente não me deixando escapadela possível – Anda lá, calça-te que os rapazes já estão lá fora à nossa espera. – não me apetecia mesmo nada sair e ia refutar mas pela segunda vez não me deixou falar – Nem penses em contrariar porque precisas de pensar noutras coisas sem ser na competição. Já treinaste toda a manhã e agora é hora de desanuviar! – mostrei-lhe o meu ar de desalento e de frustração por não a conseguir contrariar e ela sorriu vitoriosamente. Calcei-me e saímos rapidamente de minha casa. Assim que cheguei junto do carro do Louis, o namorado da Eleanor, vejo que no banco de trás só se encontrava o Harry. Digamos que tinha um pequeno ódio de estimação por ele. Sinceramente não sei como começou nem porquê, talvez uma série de acontecimentos tenham despoletado aquele mau estar entre nós e que nem tenhamos dado conta.

- Olá Louis… - cumprimentei-o assim que entrei no carro, passei o meu olhar pelo Harry mas não lhe disse nada.

- Bom dia ser irritante… - disse o Harry provocando-me

- Mau dia para ti… - a verdade é que de certa forma queria mudar as coisas, talvez por estar a descobrir que existiam coisas nele que me atraiam mais do que era normal. Por mais irritante e desprezível que fosse acabava sempre a acordar com ele na cabeça ou com a sua voz dolorosamente perfeita ao meu ouvido para conseguir adormecer. E em vez disso passar com o tempo, não, aumentava de intensidade tornando-se cada vez mais insuportável. Era como se tivesse tornado algo que, de facto, necessito, quase que essencial para que os meus dias tivessem sentido. – Afinal onde é que me levam? – perguntei tentando fugir aqueles pensamentos

- Se te serve de consolo, eu também não sei para onde nos levam… - afirmou o Harry. Comecei a achar aquilo tudo muito estranho, deviam ser ideias daqueles dois da frente, estavam a tramar alguma.

- Não, a tua ignorância não me serve de consolo. – respondi-lhe simplesmente

- Vêm, agora não tive culpa nenhuma, foi ela que começou… - queixou-se o Harry que fez com que tanto a Eleanor como o Louis começassem a rir bastante.

(…)

Se o Louis e a Eleanor queriam fazer um programa romântico não era preciso ter-me trazido nem ao Harry. Estávamos numa espécie de parque que tinha um lago enorme aonde se podia andar de barco. Aqueles dois estavam entusiasmadíssimos para poderem entrar no barco e a minha cara de espanto acentuou-se ainda mais quando reparei que só havia barcos de dois disponíveis. Era mau demais. Olhei para o Harry e ele para mim. Tivemos alguns segundos naquela posição até que ele suspirou e fez aquela coisa ao cabelo que passa a vida a fazer. “Vamos lá…” foi o que o Harry disse deixando-os com um sorriso radiante.

A Eleanor e o Louis apressaram-se a entrar num dos barcos deixando-me sozinha com o Harry. O senhor responsável deu-nos dois coletes, um para mim e outro para o Harry, antes de entrarmos para o barco. Eu pensava que um colete era a coisa mais simples de se vestir, pois, enganei-me redondamente. A mala que tinha na mão, o casaco, os fios que trazia só atrapalhavam a minha tentativa de colocar o colete.

- És mesmo um caso perdido… - ouvi o Harry resmungar já de colete posto. Ia reclamar mas não me deu tempo. De um momento para o outro já o tinha à minha frente ajudando-me a colocar o colete. Tirou a minha mala da mão e pousou-a no chão perto de mim. Olhava-o atentamente, a forma como apertava tudo bem apertadinho de modo a que se me acontecesse alguma coisa, aquilo me protegesse. Observava cada traço do seu rosto como se fosse a perfeição em pessoa, cada gesto era delicado e único. Como poderia estar a apaixonar-me pelo rapaz mais irritante que conhecia, porquê ele?! – se eu não quisesse ir, ficavas comigo? – fiquei completamente atónica com tal afirmação – ficavas? – voltou a repetir para ter a certeza que respondia

- Sim…quer dizer, não tinha lógica ir sozinha andar de barco deixando-te aqui sozinho. – respondi sem saber muito bem o que dizer – Ainda podias ser raptado por algum urso embora tenha as minhas dúvidas que alguém te queira comer… - esperava que ele começasse logo a resmungar comigo mas enganei-me redondamente.

- Tu preocupaste? – a sua expressão quase que incrédula punha a minha cabeça ainda mais confusa. Não estava a perceber nada daquela conversa nem aonde ele queria chegar com aquelas perguntas sem nexo.

- An? Com o quê? – perguntei bastante confusa

- Comigo. – iria jurar que naquele momento o tinha visto corar mas devia ter sido impressão minha. Mas o seu sorriso algo envergonhado estampado no rosto era bem verdadeiro, não produto da minha imaginação – Preocupaste comigo?

- Sim. Lá por seres um irritante do pior e de não te suportar não quer dizer que não me preocupe… - continuava a não saber muito bem o que dizer nem onde queria chegar com aquela conversa.

- Gosto disso… - simplesmente afirmou enquanto agarrava a minha mala e punha de novo na minha mão.

- De quê? - parecia que o meu cérebro ia dar um nó com tanta confusão que ia pela minha cabeça

- De te preocupares comigo… - concluiu sorrindo enquanto agarrava a minha mão puxando-me para o barco – vamos chata… - claro, lá tinha que vir os elogios.

- Irritante… - respondi entre dentes

Entrei no barco com ajuda do senhor e que nos deu as indicações necessárias para regressarmos à margem em segurança. Começava a achar tudo aquilo muito perigoso ainda por cima a pouco mais de doze horas de entrar em competição. O Harry não parecia ter muito jeito para a coisa pois ainda não tinha feito o barco andar nem um centímetro. Teve que ser o senhor responsável a dar uma pequena, ou melhor, grande ajuda para sairmos da margem. Não consegui controlar o riso e por isso achava mesmo que ele me iria atirar com água mas voltou-me a surpreender.

- Desculpa a minha falta de jeito mas prometo que te levo inteira para a margem. – definitivamente tinha que perceber aonde é que este “Harry” tinha andado este tempo todo. À medida que avançávamos para o centro conseguia-se vislumbrar a vista lindíssima a aparecer. Aquela paisagem mais parecia ter sido retirada de algum livro, era incrivelmente bonita e imponente. – Estás nervosa? – perguntou-me quebrando o silêncio. Só agora é que tinha reparado que ele já não remava e que estávamos parados no meio do lago, a flutuar. A brisa suave que se fazia sentir naquele dia solarengo, algo raro, deixava o cabelo dele a esvoaçar de uma forma quase que perfeita. E as arvores grandiosas que se viam atrás dele harmonizavam com os seus olhos lindos – Raquel?!    

- Humm? – estava tão concentrada nos meus pensamentos que já nem me lembrava da pergunta dele. – desculpa, estava a pensar numa coisa sem importância! O que me perguntaste mesmo?

- Era por causa da prova de amanhã, estás nervosa? – era a primeira vez que ele me perguntava algo sobre as minhas competições. Definitivamente aquele dia estava a ser estranho, muito estranho.

- Muito… - por mais que quisesse controlar o nervosismo e a ansiedade não conseguia. A minha voz saia tremida e tinha um enorme aperto no estômago que aumentava à medida que os ponteiros do relógio andavam. Era o trabalho de um ano que estava envolvido e não podia estragar tudo numa questão de minutos – muito mesmo, Harry. Estou apavorada… - nisto sinto alguma coisa a tocar na minha mão, a juntar as minhas mãos. Um espasmo percorreu os músculos do meu corpo arrepiando-me a alma. Eram as mãos do Harry que se encontravam coladas à minhas. Desviei o meu olhar para aquele toque, para ter a certeza que não estaria a sonhar. Sorri, não sei porque o fiz mas fi-lo. Sentia-me tão estupidamente parva…

- Tenho a certeza que vai tudo correr bem, és fantástica! – as caricias que efetuava sobre as costas das minhas mãos estavam a deixar-me o coração num estado quase elétrico. E as suas palavras, por incrível que pareça, acalmavam-me.  

- Sou? – perguntei incrédula.

- És… - olhei profundamente naqueles olhos azuis esverdeados numa tentativa de descobrir o que lhe ia na alma. Ele estava mergulhado em mil e um pensamentos acabando por me deixar cheia de curiosidade. – a melhor que conheço e que não conheço… - soltou um sorriso e foi como se o tempo tivesse parado. Baixei um pouco a cabeça ainda sentindo o olhar dele posto em mim. Onde é que este Harry andava escondido?!

- Obrigada. – acabei por dizer rompendo mais uma vez aquele silêncio que se instalara – Não sabia que gostavas como nunca me foste ver…

- Já te vi nos treinos… - explicou como se fosse a coisa mais banal do mundo. Eu nunca o tinha visto e ele era o próprio a dizer que nunca poria lá os pés, achava demasiado secante, dizia ele.   

- Já?!

- Sim…o Louis e a El arrastaram-me algumas vezes. – não era que não gostasse de saber que ele tinha lá estado mas “obrigado” também não queria que fosse.

- Não sei como o fazias porque nunca dei pela tua presença. – como é que a Eleanor nunca me tinha dito que já tinha levado o Harry aos meus treinos? – Se te visse tinha a certeza que o treino corria melhor… - disse sem pensar, desejei no momento que ele não me tivesse ouvido ou que apenas tenha sido um pensamento na minha cabeça.

- A sério? – um brilho diferente apareceu nos seus olhos e aquele sorriso parecia-me cada vez mais perfeito

- Quer dizer, quanto mais apoio tiver melhor…mais motivada fico, é isso… - expliquei-lhe envergonhadíssima. Mais uma vez o silêncio instalou-se apenas podendo ouvir o barulho da corrente e da brisa.

- Desculpa… - proferiu. Fiquei em silêncio, não sabia o que dizer. Alguns segundos depois vi-o sorrir abertamente mergulhado nos seus mais profundos pensamentos – Estava a lembrar-me do que fazes em cima daquela coisa com apenas dez centímetros, é obra, eu nem que tivesse dez metros conseguiria fazer tal coisa, acho que partia logo a cabeça. – ri-me tanto da forma como o disse bem como do ter imaginado a tentar fazer uma pirueta em cima da trave. Acho que pagaria para o ver tentar…

- A forma como cantas também é única, por mais que tivesse aulas de canto nunca chegaria aos teus calcanhares. – lançou-me um sorriso meio tímido que também me fez sorrir – Encantas qualquer pessoa com a tua voz e isso não se aprende, já nasceu contigo. – ficamos novamente em silencio como já começava a tornar-se hábito.

- Raquel? – desviei o meu olhar daquilo que parecia ser um peixe dentro de água para o Harry – O senhor já está a chamar-nos, já deve ter passado uma hora, temos que regressar… - apenas acenei que sim e regressámos à margem.

(…)

Dia Seguinte

Acordei com um enorme aperto no estomago, significado: prova. Levantei-me e dirigi-me para a casa de banho de modo a tomar um bom banho para relaxar. Olhei para o espelho que se encontrava no corredor e reparei que ainda andava com um sorriso meio parvo no rosto. A primeira pessoa que me passou pela mente foi o Harry. Como o dia anterior tinha sido estranho, mas no bom sentido. Nunca tínhamos estado mais do que cinco minutos sem discutir e naquele dia tínhamos aguentado uma tarde inteira. Record para o Guiness!

(…)

Assim que voltei da casa de banho já de banho tomado, o meu telemóvel dava sinal de ter uma mensagem. Achei estranho já que era bastante cedo para alguém me estar a mandar mensagem.

Eu sei que a nossa relação não começou da melhor maneira mas achei que esta seria uma boa altura para mudar. Sei que nunca te desejei “boa sorte” para nenhuma das tuas provas mas há sempre uma primeira vez para tudo. Por isso, BOA SORTE!! Ah, e vou estar a torcer por ti nas bancadas…espero que não te importes. beijo Harry

O meu corpo voltou a cair na cama enquanto olhava atentamente para o ecrã do telemóvel tentado ver se aquilo não seria mais uma partida do Louis. Provavelmente deve ser a coisa mais estranha neste mundo mas só me apetecia dar pulinhos de alegria. Estava estupidamente feliz.

(…)

Mesmo com toda a gente nas bancadas para me apoiarem, incluindo o Harry, as coisas não estavam a correr como esperava. Como previa, as minhas saídas após cada movimento estavam a retirar-me pontos e mais pontos. Era o meu ponto fraco e com o nervosismo ainda se acentuavam mais. Após o penúltimo aparelho, as barras assimétricas, consegui subir até à sétima posição praticamente em igualdade de pontos com a sexta e quinta qualificada. Precisava de ter um desempenho na trave perfeito para ainda sonhar com os nacionais. Depois de ouvir as indicações do meu treinador e os seus incentivos fui buscar uma garrafa de água para descontrair.

- Raquel! – ouvi o meu nome e depois de olhar várias vezes consegui ver a figura do Harry aparecer por detrás de uma parede – Sou eu… - nem sabia se haveria de ficar contente ou em pânico por ele não poder estar ali e ainda acabar por ser expulso.

- Tu não podes estar aqui, sabias? – avisei-o chegando-me junto a ele – Isto é área restrita para… - antes que pudesse terminar o meu raciocínio senti os lábios dele a embaterem suavemente nos meus. Foi como se tivesse recebido um choque electrico arrepiando-me toda. Nunca tinha sentido tal coisa. Como não dei mostras de querer resistir, o beijo continuou sentindo uma das mãos dele a ir de encontro ao meu pescoço. Não queria que aquele beijo terminasse nunca mais. Queria parar no tempo mas isso não é possível. Assim que ouvi anunciarem a mudança de aparelho quebramos o beijo. A primeira coisa que pensei foi que aquele beijo fora um erro e que ele não queria nada comigo mas assim que vejo um sorriso prefeito estampado no seu rosto, tudo ficou bem.

- Boa sorte… - sussurrou-me encostando novamente os seus lábios nos meus, agora num beijo rápido. Fiquei feita parva a vê-lo afastar-se em direcção à porta de saída e assim que ele a fechou é que voltei à realidade. Prova, faltava-me o último aparelho.

(…)

Estava a olhar ansiosamente para o painel de pontuações depois de terminar a minha prestação. Tinha a plena consciência que tinha dado o meu melhor na trave, aliás, devia ser a minha melhor prestação daquele ano. Tudo graças ao Harry. Ainda nem estava em mim com tudo o que tinha acontecido. Olhei para ele e reparei que também olhava atentamente para o painel esperando que aparecesse a minha nota. Talvez por sentir que alguém o observava, desviou o olhar para mim e sorriu. Logo a seguir o peso das minhas colegas praticamente em cima de mim despertou-me para o painel e assim que vi o meu nome em terceiro lugar, apenas faltando duas atletas, fiquei completamente estática. Eu vou aos nacionais! Disse para mim mesma ainda em estado de choque.

(…)

“Parabéns!” era o que mais ouvia. Estava radiante, felicíssima, nem sabia explicar o quanto estava contente. Depois de abraçar os meus pais, os rapazes e a Eleanor, só faltava o Harry. Nem pensei duas vezes, abracei-o simplesmente. Sentir os braços dele a rodearem o meu corpo foi uma sensação única, indiscritível.

- Obrigada! – foi a única coisa que lhe consegui dizer. Afastei-me dele e encontrei um sorriso a aflorar-lhe no rosto.

- Esse sorriso vale por tudo… - respondeu acariciando a minha face. Depositou um beijo suave na minha testa tornando aquele dia ainda mais perfeito.


6 comentários:

  1. Amo! Amo! Amo!
    Está tão perfeito *.*
    Obrigada (:

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  2. Adorei, adorei e adorei!
    Não sabes o quanto!
    Toda a situação tornou esta one-shot tão excitante! Ginástica? Como te lembraste disso?! Simplesmente perfeito!
    Nem sabes o sorriso parvo que apareceu na minha cara quando ela passou aos nacionais! Adorei ;D
    Excelente trabalho!

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  3. Amei! Já não é novidade. Está lindo e único. Ginástica? Quem é que se lembra disso?
    Bia xx

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  4. Oh minha querida <3 que one-shot tão linda.
    Fico sempre agradada com as ideias que colocas em prática quando se trata de escrever. Eu nunca me lembraria de colocar ginástica como "tema".
    Achei simplesmente maravilhoso o facto de teres colocado a El e o Louis como uma espécie de cupido para o Hazza e para a menina :D
    Beijinhos minha querida <3 como sempre, trabalho perfeito
    p.s: as melhoras minha querida, vais ver que apesar de te parecer uma eternidade o tempo que vais ficar sem treinar, vai passar num instante.

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  5. ginastica? surpreendeu-me, sem duvida :)
    ficou lindo
    tens imenso jeito

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  6. Está linda. Não, está perfeita. Pronto, está as duas coisas. Adorei, simplesmente perfeita e linda. Não me canso de dizer que tens muito jeito para escrever.
    Continua. (:

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