[Harry]
- Bom dia,
mãe! – exclamei assim que atendi a chamada e punha em alta-voz para poder
também ler o bilhete ao mesmo tempo.
- Bom dia
meu filho. Acordei-te? – perguntou apressadamente. Olhei de rompante para o
mostrador do relógio e percebi que já não era nada cedo. Mesmo assim a minha
querida mãe achava que era cedo para mim. Embora tivesse que concordar com ela,
eu dormia sempre até bastante tarde.
-
Não, mãe.
– tranquilizei-a – Já tinha acordado a
alguns instantes atrás. Não te preocupes. – finalizei – Então, o que se passa para me estares a
telefonar? – peguei no pedaço de papel escrito que se encontrava em cima da
mesa de cabeceira e vislumbrei de imediato a letra tão característica da Mia.
Amor,
fui até à vila dar uma volta. Não te acordei porque estavas a dormir que nem um
anjinho e seria um crime acordar-te :P Espera por mim para tomarmos o pequeno
almoço juntos, não me vou demorar. Ah, e levei o carro.
Amo-te!
Mia xxx
- Harry,
estás a ouvir-me? – foi a primeira coisa que ouvi após ter lido as últimas
palavras do bilhete. Não conseguia evitar sorrir sempre que ouvia ou lia um
“amo-te” por parte da Mia mas também ficara preocupado com esta ida à vila
repentina. Não me lembrava de nada que ela tivesse mencionado ontem para que
hoje tivesse que sair tão cedo. Ainda por cima depois da nossa noite, para além
de que costumo estar sempre atento ao que ela diz. – Harry Edward?
- Sim, mãe.
Sim, estou a ouvir-te! – respondi-lhe finalmente assim que ouvi de novo o
meu nome a ser prenunciado desta vez num tom de voz mais elevado,
despertando-me novamente dos meus pensamentos.
-
Desculpa, a sério. Mas já sabes como é a tia, consegue sempre o que quer e eu
não consegui dizer que não. –
arqueei as sobrancelhas em sinal de que não estava a perceber patavina daquela
conversa. Porque é que a minha tia estava a ser referida nesta conversa? – Espero mesmo que não te importes de ires lá
a casa com a Mia. Ela vai ficar mesmo triste se lhe recusares este convite!
-
Wow! –
exclamei completamente desorientado com toda aquela conversa – Convite? Mas que convite? –
perguntei, definitivamente não estava a perceber nada.
- Mas tu
ouviste alguma coisa do que disse anteriormente? – alguma coisa escapou-me
por completo
- Hamm…acho
que me perdi no meio. – justifiquei-me – Importas-te de me explicar que convite é esse?
- Ontem
estava a falar com a tua tia e, sem querer, deixei escapar que estavas por aí
com a tua namorada. – fechei os olhos imediatamente, adivinhando já o que
vinha a seguir – Como já podes imaginar
a tua tia começou logo a fazer imensos planos e a dizer que estava cheia de
saudades tuas e que também queria conhecer a Mia. Já sabes como ela é, quis
logo marcar um almoço para ires com a Mia e assim apresenta-la. – já estava
a visualizar na minha cabeça a minha tia a andar de um lado para o outro a
preparar mil e uma coisas para o almoço como se fosse lá a rainha de Inglaterra.
- Mãe, eu
gosto muito da tia, sabes bem que sim, mas o objectivo para ter vindo para aqui
foi para estar apenas com a Mia, sem mais ninguém a intrometer-se. –
suspirei assim que acabei de falar. Não havia como dizer que não há minha
querida e adorável tia.
- Eu sei que
sim. Mas se fizeres este desfeito à tua tia sabes bem que ela nunca mais se irá
esquecer. – a minha mãe tinha razão, como sempre – Vá, é só um almoço, não é o fim do mundo!
-
Não sei se a Mia vai gostar muita desta ideia, ela não se vai sentir muito
confortável. –
já estava a imaginar a sua expressão de assustada ao receber a notícia – Mas pronto, falo com ela e depois digo-te
alguma coisa.
- Está bem.
– houve uma ligeira pausa até falar novamente – Filho? Ficaste zangado comigo?
-
Achas que consigo ficar zangado contigo?! É claro que não! – despedi-me da minha mãe e pousei o telemóvel em
cima da mesa de cabeceira ao lado do bilhete da Mia.
Desci até ao piso de baixo e procurei pela cozinha
e pela sala sinais da Mia mas ela ainda não tinha chegado. Passei por uma das
janelas da sala que tinha vista para a entrada e o carro não se encontrava onde
o tinha deixado. Ela definitivamente ainda não tinha chegado. A minha primeira
reação foi telefonar-lhe no intuito de ter a certeza que estava bem porém não
queria parecer demasiado controlador, não a queria sufocar. Acabei por me
sentar no sofá à espera que ela chegasse já que ela tinha dito para tomar-mos o
pequeno-almoço juntos.
(…)
Assim que ouvi a porta de casa a abrir-se,
levantei-me rapidamente do sofá e fui ao encontro dela. Envolvi o corpo dela
com os meus braços perto da sua cintura elevando-a no ar. Ela sorriu
delicadamente enquanto cruzava as pernas em volta da minha cintura. Num ápice
envolvi os meus lábios nos dela num beijo apaixonado.
- Isso são
tudo saudades minhas? – sussurrou contra os meus lábios com a respiração
algo irregular enquanto mexia no meu cabelo de uma forma carinhosa
- É o que dá
acordar sem estares ao meu lado. – respondi do mesmo jeito voltando a unir
os meus lábios aos dela. Estava mais que comprovado que a minha vida não fazia
qualquer sentido sem ela. Sem o seu jeito de menina que tanto adorava, sem o
seu toque na minha pele. – Fico assim...cheio
de saudades tuas. – concluí.
- Se for
para ter uma recepção destas todas as manhãs, bem vais acordar muitas vezes
sozinho! – falou de um modo divertida
- Não me
faças uma coisa dessas. – pedi rapidamente – Acordar ao teu lado é essencial para que consiga viver… -
justifiquei
- Ai é? –
a Mia roçou levemente o nariz no meu e pestanejou de uma forma incrivelmente
deliciosa – Sabes, tenho um segredo para
te contar. Amo-te muito, meu anjo! – não era a primeira vez que ouvia um “amo-te”
por parte dela mas continuava a arrepiar-me como se fosse a primeira vez que o
dissesse.
***
Encontrava-me
na aula de Educação Física, a única em que podia ver a Mia já que não
pertencia-mos à mesma turma. Acho que passava a maior parte do tempo a olhar
para ela do que a fazer os exercícios que o professor mandava. Assim que a aula
se deu por terminava esperei na entrada do campo de jogos pela Mia, já que a
aula dela ainda não tinha terminado. Após alguns minutos a aula terminou e ela
veio ter comigo.
-
Então e o meu beijo? – perguntei enquanto a abraçava mas ela empurrou-me
afastando-me dela – Então?!
- Harry,
estás todo suado! – respondeu – Só há contacto físico depois de tomares banho…
(…)
-
Agora já estou apresentável para receber um beijo da minha linda namorada? –
ela apenas sorriu e afirmou positivamente com a cabeça. Pousei as minhas mãos
na cintura dela puxando-a lentamente para mim. Percorri a linha do maxilar com
os lábios depositando vários beijos até unir os nossos lábios num longo beijo –
Já estás pronta? – tínhamos combinado em ir almoçar juntos e como não tínhamos aulas
de tarde, aproveitávamos para dar um passeio. Os testes dos últimos dias
andavam a retirar tempo de namorar e já começava a sentir saudades de estar
simplesmente com ela sem pensar em testes.
-
Não. Preciso de ir ao cacifo buscar a minha mala e já podemos ir. – ia acompanha-la
até ao cacifo mas ela disse que não era necessário e que se despachava.
Aproveitei para despedir-me do pessoal da turma antes de me encaminhar para o portão
da escola. Apenas tive uns dois minutos há espera dela, ela vinha a procurar
qualquer coisa na mala mas que por algum motivo não a conseguia encontrar.
Pudera, dentro daquela mala podia-se encontrar tudo e mais alguma coisa. Sempre
que lhe pedia para guardar o meu telemóvel ou a minha carteira, já sabia que
quando fosse procurar tinha que tirar tudo de lá de dentro. – Que raiva. Não
encontro o cartão da escola! – resmungou assim que chegou junto a mim – Segura
na mala. – apenas tive tempo de esticar os braços e de imediato colocou a mala
e também os livros e o caderno para poder segurar. Olhei para dentro da mala e
pude mais uma vez comprovar que as malas das mulheres são um autentico mundo de
variedades. – Ok, definitivamente tenho que dar uma arrumação a esta mala.
-
Ou então comprar uma mais pequena assim já não cabe tanta coisa. - comentei
- E
depois onde punha as tuas coisas? Sim, porque a mala é minha mas carrego aos ombros
as minhas coisas e as tuas.
-
Pronto. Já não digo mais nada! – ela olhou-me zangada, tinha que admitir que
ficava ainda mais irresistível assim. Não consegui conter o sorriso o que
acentuou ainda mais a sua expressão. Após alguns minutos ali à porta da escola
ela lá encontrou o cartão num das mil e umas bolsas que tem no interior da mala
– tenho que te comprar um GPS para não te perderes na tua própria mala. – acho que
foi a gota de água. Se o olhar matasse, já estaria estendido no chão. Ela
procurou no interior na mala qualquer coisa e quando ela tirou para fora é que
reparei no que era. Tirou as minhas chaves de casa e a carteira e deu-mas,
fiquei espantado ao vê-la tirar também os meus óculos de sol e a calculadora.
Não me lembrava de os ter dado para guardar.
-
Guarda tu as tuas coisas! – ao mesmo tempo que pegava na mala e nos livros
deixando-me com os meus pertences. – Vou-me embora! – Vi-a sair da escola sem olhar
para trás ficando parada lá fora. Guardei a carteira no bolso de trás das
calças e as restantes coisas dentro da mochila e fui ter com a Mia.
-
Então não te ias embora? – perguntei enquanto colocava o meu braço por trás das
costas dela mas rapidamente se afastou virando-se para mim com uma cara
visivelmente chateada.
-
Não sei onde vamos almoçar por isso não posso ir a lado nenhum. O que merecias
era ir almoçar sozinho, isso sim! Para a próxima não falavas sem pensar…
-
Oh. Não vais ficar chateada comigo por uma cena destas pois não? – inclinei-me
um pouco sobre ela numa tentativa de a beijar mas virou a cara antes que isso
acontecesse – Amor, desculpa. Tu já sabes como sou e que por vezes digo coisas
parvas e sem sentido. Desculpa o teu lindo e amoroso namorado por ser um parvo…
- a Mia soltou um pequeno sorriso. Cerquei a sua face com as minhas mãos e
desta vez não desviou a cara conseguindo beija-la – mas vá, tens que admitir
que teve a sua piada! – assim que acabei de falar, só tive tempo de correr para
longe dela pois estava preparada para me bater com os livros.
-
Porque é que estou apaixonada pelo idiota do Styles? – resmungou ao que
gargalhei.
(…)
Depois
de almoçar, o meu objectivo seria leva-la até ao seu jardim favorito que tinha
um miradouro onde se podia ver toda a vila. Como não queria que ela soubesse
antes de lá chegar, tapei os seus lindos olhos com a minha mão. Não tinha mais
nada para o fazer. Ela reclamou e reclamou enquanto caminhava com a minha ajuda.
-
Harry, já me podes destapar os olhos? – perguntou novamente. Já tinha perdido a
conta às vezes que me tinha pedido para tirar a minha mão da frente dos seus
olhos.
-
Não, só mais um bocadinho… - enquanto a guiava em direcção ao miradouro
- Ainda
vou é cair, isso sim! – resmungou mais uma vez. Parei o movimento e
consequentemente ela também.
-
Achas que te deixava cair, tonta? – a Mia não respondeu, apenas deitou a língua
de fora. Voltei a guiá-la um pouco mais para a frente e assim que chegamos
falei – já chegamos. Vou destapar… - anunciei. Ela rapidamente elevou as mãos à
minha tirando-a da frente dos olhos. Esperei expectante pela sua reação e após
alguns segundos um sorriso lindo aflorou no seu rosto. Era impressionante como
quase que vivia apenas para a fazer e ver sorrir. A Mia encostou-se junto ao
muro do miradouro que lhe dava um pouco acima da barriga. Debruçou-se
ligeiramente e os seus cabelos castanhos com alguns caracóis eram levados pela
brisa que se fazia sentir. Não interessava o mundo, a Mia aos meus olhos era
perfeita. Aproximei-me dela e fiz deslizar os meus braços por debaixo da sua
camisola desde a cintura até se enrolarem à volta da barriga. Ela virou um
pouco a cara, o suficiente para me observar. Sorri e ela também. Não sorria exageradamente,
era o seu sorriso envergonhado, o seu sorriso apaixonado.
(…)
Passamos
o resto da tarde no parque a falar de tudo e mais alguma coisa, de coisas
sérias e outras sem interesse nenhum. De coisas com lógica e outras nem tanto.
Tinha sido essa uma das qualidades que me fizera apaixonar aos poucos por ela.
A facilidade que tínhamos em conversar sobre todos os temas e mais algum, de
lhe poder ligar a qualquer hora da noite só para lhe dizer alguma estúpida e
sem nexo mas que sabia que lhe deixava um sorriso antes de voltar a dormir.
-
Harry? – a voz dela chamou-me a atenção fazendo com que a olhasse – Tenho um
segredo para te contar… - senti a mão dela a ir ao encontro da minha acabando
por se entrelaçar. Senti qualquer coisa estranha naquele momento, não sabia
explicar muito bem o que era – Eu amo-te, Harry Styles. – concluiu. Era a
primeira vez que o dizia. Não conseguia expressar por palavras o que ia naquele
preciso no meu coração. Era diferente de tudo, ainda por mais por ser
inteiramente correspondido. Elevei-a no ar e rodopiei-a provocando-lhe um
sorriso lindo. Assim que a pousei de novo no chão levei os meus lábios ao dela.
Beijando-a.
***
- Então o
que fez a minha linda princesa levantar-se da cama tão cedo? – ao mesmo
tempo que a pousava no chão. Estava deveras curioso sobre o que a fez acordar
assim tão cedo, tinha que ser algum assunto sério.
- Isso
querias saber não era? – apenas abanei afirmativamente com a cabeça – É surpresa! – concluiu com um sorriso
enquanto se dirigia para a cozinha pondo um saco em cima da mesa.
- Não me
vais contar? – perguntei escandalizado enquanto me dirigia também para a
cozinha
- Não! –
enquanto me virava as costas. Cheguei-me junto a ela e abracei-a por trás, encostando-a
à banca da cozinha.
- Mesmo que peça
muito muito muito? – sussurrei-lhe ao ouvido. Ela encolheu-se toda assim
que depositei vários beijos no pescoço. Ela continuava a dizer que não – Mesmo que te dê muitos beijinhos? –
rodei o seu corpo de modo a ficar de frente para mim, e dei vários beijos nos
seus lábios. Mesmo assim ela continuava irredutível – Já não gosto de ti! – exclamei amuado ao mesmo tempo que a largava
e virava as costas.
- Olha a
minha cara de preocupada! – estava mesmo frustrado por não conseguir fazer
com que ela dissesse o que foi fazer e qual é que era a surpresa.
- Ai és
assim comigo? – tentei fazer o meu ar mais angelical mas a Mia estava
completamente firme na ideia de manter tudo em segredo.
- Sou.
Não me convences com esse ar de cachorrinho abandonado. – fez uma ligeira pausa e depois prosseguiu – A única coisa que te posso dizer é que
vamos estar ocupados depois de amanha. E pronto, mais não digo.
- Pelo menos
já é alguma coisa. – acabei por dizer resignado – E eu vou gostar?
- Claro que
sim. Vais estar comigo e isso é o suficiente para gostares, melhor, para
amares! – informou-me
- Anda muito
convencida a menina! – provoquei-a.
- A culpa
não é minha mas sim do meu namorado que está sempre a dizer que sou essencial
para a vida dele.
- Cá para
mim ele está a mentir…
-
Ai é? –
ela pegou no saco que trazia, não fazia ideia do que tinha lá dentro – Olha eu passei pela mercearia da Dona Ellen,
quer dizer, a senhora viu-me e quase me obrigou a entrar na loja. Para além de
me ter contado outras histórias divertidíssimas sobre ti que ainda me vais
explicar um dia, ela também me deu esta espécie de bolo ou seja lá o que for,
porque disse que gostavas muito. – mostrou-me o bolo que tanto gostava – Mas pelos vistos não vais ter nada…
- Não me
faças uma coisa dessas. Não tens noção das saudades que tenho que comer isso…
- pedi quase que suplicando. Em Londres não havia daquilo, era só o mesmo
naquela mercearia que se vendia.
- Então quer
dizer que o meu namorado não me estava a mentir pois não?
-
Claro que não! Ele já não consegue viver sem ti…
-
Acho muito bem! –
entregou-me o saco com o bolo e num instante comecei a comê-lo
- E para ti
o que trouxeste? – perguntei ao mesmo tempo que me sentava numa das
cadeiras que se encontravam em redor da mesa.
- Uma fatia
de bolo de chocolate. – já era de esperar, ela e o bolo de chocolate são
inseparáveis – Quer dizer, lá já comi
duas fatias. A senhora ficou muito séria a olhar para mim quando lhe disse que
tinha acordado com desejos de comer chocolate. Perguntou-me logo se não estava
grávida e que ainda era muito nova para ser mãe! – sem querer engasguei-me.
A ideia de a Mia estar grávida era assustadoramente boa. Queria ser pai e acima
de tudo queria que a Mia fosse a mãe dos meus filhos. Mas não agora!
- Se eu não
conhecesse a tua vontade matinal de comer chocolate acho que também teria as
mesmas dúvidas. – ela apenas sorriu enquanto comia o seu bolo de chocolate –
Olha, tenho uma coisa para te contar
também – a Mia parou por momentos de comer – A minha tia quer conhecer-te e por isso está a organizar um almoço de família.
Ela convidou-nos, aos dois, para irmos ao almoço. – a sua expressão facial
mudou por completo como previa. – Então o
que achas?
Adorei *.*
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